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Diário da minha gravidez, com tudo a que tenho direito!
Cheguei às 40 semanas e não havia maneira da Clara querer nascer. Eu ia para a praia, eu fazia caminhadas, eu limpava a casa e até cheguei a subir um miradouro!
Tal como combinado, às 40 semanas e 2 dias fui ao hospital ter com o meu médico para ele me avaliar. Fui para o hospital ao final da manhã mas ele estava super ocupado, só nessa manhã fez 4 cesarianas. Mandou-me vir depois do almoço. Eu até lhe disse "Dr., eu sinto-me ótima, não posso vir cá noutro dia?". Ainda assim disse que me queria ver de tarde.
Eram 15h quando comecei a fazer o CTG. Aproveitei esses 30 minutos para fazer a minha sesta e tudo, heheh
Uma das médicas entra na sala e diz-me "Ei lá, tantas contrações! Está muito bem disposta para quem está cheia de contrações". E eu, pasmada a olhar para o papel, acenei que sim. Continuei a dormir.
Passados 30 minutos vem o meu médico e confirma que estou cheia de contrações e sugeriu fazer-me o toque para ver como estava o processo. Vira-se logo para mim:
Médico: "Esta bebé vai nascer hoje! Já está com 3 dedos".
Eu: "Hoje? Mas eu não tenho sintoma nenhum!"
Médico: "Trouxe as malas? Vai ficar já aqui internada"
Eu: "Mas não posso ir para casa? Moro a 5 minutos do hospital. E não tenho dores nenhumas, estou ótima!"
Médico: "Mesmo assim ainda corre o risco de nascer no carro. Não vamos arriscar, fica aqui porque esta bebé vai nascer ainda hoje!"
Como o meu exame do cotonete deu positivo, foi mais um motivo que me levou a ficar pelo hospital.
Então, às 17h30 fiz a admissão e aproveitei para entregar o meu plano de parto. Às 18h estava no meu quarto. Deram-me o antibiótico e puseram-me as cintas do CTG.
Todos os profissionais que entravam no meu quarto sabiam que eu tinha um plano de parto e respeitavam-no, por isso diziam sempre o que me estavam a fazer, porquê e pediam autorização para fazer fosse o que fosse. Senti-me respeitada enquanto mãe e mulher.
Às 19h comecei com contrações dolorosas (mas suportáveis) e pedi a epidural. Pedi logo porque tive medo que não fizesse efeito (como aconteceu no parto da irmã).
Não sabia era que o efeito da epidural era tão eficaz que me ia deixar presa à cama! Deixei de sentir tudo da cintura para baixo, pernas incluídas, o que me impossibilitou de ter mobilidade e de usar a bola de pilates. À conta disso o trabalho de parto também atrasou.
O meu marido foi para casa descansar mas sempre atento ao telemóvel caso fosse preciso vir para o hospital. Às 2h da manhã acordei com tosse e senti que estava a fazer xixi. Pensava eu que era xixi, era a bolsa das águas que tinha rebentado.
Às 5h da manhã a enfermeira fez-me novo toque e já estava com 6cm de dilatação. Achei melhor chamar o meu marido.
Ainda dormi mais um bocadinho mas às 8h da manhã as dores começavam a ser mais fortes (mesmo com a epidural) e o médico disse que já tinha a dilatação toda feita, mas que a bebé ainda estava subida. Perguntou-me se podia dar oxitocina para ela descer, eu consenti e fez logo efeito. Comecei a sentir vontade de fazer força.
Às 9h fomos para a sala de partos e, às 9h20, a minha Clara veio ao mundo! Puseram-na logo no meu peito e aí ficou uns 15 minutos. Contemplei-a, era (e é) perfeita. Escala de Apgar 10/10, melhor era impossível.
Mas os médicos não saíam de volta de mim: tive uma pequena hemorragia, mas nada de especial.
Tive os melhores profissionais ao meu lado: desde uma médica interna muito simpática, um médico muito atencioso e cuidadoso, enfermeiras que me davam força, e a pediatra da minha Diana, que apareceu para me ajudar a pôr a Clara no mundo. Todos eles fizeram com que este momento fosse mágico.
Mas sem dúvida que o apoio do papá é fundamental, já que é ele que nos conhece, percebe quando estamos com medo e que é a nossa segunda voz.
A Clara nasceu no dia 7 de setembro de 2017, às 9h20, com 49cm e 3,525kg. Uma super bebé
Jáaaaaa! Nasceu hoje! Finalmente! Agora é preciso a mamã descansar, namorar muito esta princesa linda e ver se as dores passam rápido.
Parece que foi ontem, mas a Diana já está neste mundo há 2 meses. Mas há uma coisa que ainda não partilhei com vocês, o dia em que ela nasceu.
No domingo, dia 29 de novembro, comecei com pequenas contrações no final do almoço, mas ainda assim fomos até ao centro da cidade tomar um cafezinho e dar uma volta. Andava meia dúzia de metros e tinha de parar por causa das dores. Durante a tarde ainda vimos o filme do Cristiano Ronaldo, com muitas interrupções por causa das contrações. Jantámos e aí as contrações já vinham de 7 em 7 minutos. Decidimos então que era hora de ir ao hospital, mas antes ainda tomei um banho.
Chegados ao hospital e depois do "toque", a dilatação era a mesma da semana anterior, 2 cm. Depois de muito ponderarem, a médica resolveu internar-me. Assim foi, vesti a bata e dirigi-me para o meu quarto. Era a única grávida. Durante a noite as contrações não me deixaram pregar olho, de 5 em 5 minutos tinha dores fortes. Mas, para não incomodar as enfermeiras, não chamei ninguém para me aliviar as dores. Se fosse agora tinha carregado na campainha as vezes que fossem precisas!
Às 8h30, quando o meu marido chegou, eu estava lavada em lágrimas tal eram as dores, o cansaço e o sono... Não aguentava mais! Deram-me ocitocina (a hormona que acelera o parto) e a bendita epidural. Consegui ficar sem dores cerca de meia hora.
A dilatação começou a ser mais rápida e às 10h30 já tinha 7cm de dilatação. E como estava tudo a ser muito rápido, a epidural deixou de fazer efeito, nem com 3 mais 3 doses! O anestesista não me queria dar mais epidural, pois tinha medo que eu deixasse de sentir as pernas, mas as dores continuavam!
Às 11h30, já a dilatação era de 8cm! Estava quase! Mas a epidural não havia meio de fazer efeito, estava cheia de dores, era insuportável!
Às 12h20 estava com 9cm de dilatação e levaram-me para o bloco de partos. De cada vez que vinha uma contração tinha de fazer força, mas as energias já eram poucas. Lembro-me de ouvir a enfermeira a dizer "Não é o pai que tem de fazer força mas sim a mãe!". Por dentro só me ria, só de imaginar a cara do pai, heheh.
De repente gritei alto, bem alto, quando me fizeram o corte para facilitar o parto e evitar rasgões. Estava a sentir tudo, era horrível!
A enfermeira puxava por mim e queria evitar a todo o custo que o médico entrasse na sala de partos visto ele ter ar de poucos amigos e ser um pouco brusco. O certo é que às 12h40 ele entrou e ouviu muitos dos meus gritos e desabafos. Sim, naquela altura eu só berrava e dizia coisas do género "Não quero mais filhos" e "Eu não aguento mais, quero desistir". Acho que deve ser habitual...
De repente sinto uma pressão muito grande no cimo da minha barriga. Era ele a carregar na minha barriga para que a Diana saísse mais rápido. Aí gritei ainda mais para que ele parasse com aquilo, era sufocante! Mas o certo é que passado uns breves minutos ouvi o choro mais emotivo de toda a minha vida, o da minha filha! Ao sentir uma coisa quente a sair-me do meio das pernas percebi que ela estava cá fora, mas depois aquele choro confirmou tudo. Puseram-na em cima da minha barriga e aí ela acalmou, parece que se fez magia. E eu fiquei ali a olhar para ela. Era cabeluda, muito cabeluda. Dei-lhe um beijo na cabecinha para ter a certeza que ela era minha.
Mas se pensam que os meus gritos acabaram ali estão muito enganados. Não queria fazer mais barulho por causa da Diana, mas não consegui. Como a epidural não havia meio de fazer efeito, senti as dores de tirarem a plancenta de dentro de mim e senti também cada ponto na zona do corte. Gritei, gritei muito!
Depois da Diana vestida e de eu estar cosida, fomos para o quarto, onde ela mamou pela primeira vez. Outro momento mágico, parecia que ela já sabia exatamente como se fazia. Se na barriga estávamos ligadas pela placenta, agora eram as minhas maminhas que a alimentavam.
Fomos levadas, juntinhas, para o quarto na área da obstetrícia. Aí comecei a sentir enjoos, vontade de vomitar e desmaiar. Deram-me uns comprimidos para passar este mal estar, ela ficou no colinho do pai e eu aproveitei para dormir um bocadinho, coisa que já não fazia há mais de 24 horas! Dormi uma horinha apenas, mas deu para recuperar muitas energias.
Não podia deixar de dizer que o pai também foi um valente, aguentou todos os meus gritos, medos e ainda me deu muito apoio, nunca saiu da minha beira. Sempre que era preciso fazer força ele enchia-me de beijinhos, agarrava-me a mão e só dizia coisas bonitas. Sim, os papás também têm de estar preparados física e psicologicamente para horas muito desgastantes.
Desculpem o testamento, mas um dia tão especial não dá para ser resumido...
Ninguém nos prepara para o pós-parto. Não há livros, pesquisas na internet ou aulas de preparação para o parto que nos preparem para a dureza do pós-parto.
Chego mesmo a dizer que não sei o que é pior, se o parto em si se as semanas seguintes...
Quem já foi mãe de certeza que me compreende; para quem ainda não foi espero não estar a traumatizar ninguém.
Aqui está a lista das dificuldades do pós-parto, tendo em conta aquilo por que passei:
Dizem que o primeiro mês é o pior... Sim, até agora confirmo, e espero que fique por aqui...
Quase duas semanas depois do parto ainda estou toda dorida: pontos, mamas...
Tendo em conta que um bebé está pronto para nascer a partir das 38 semanas, isso quer dizer que só falta 1 mês para a minha Diana nascer! Medooooo!
Se for pela DPP (data provável do parto) é só a 4 de dezembro, altura em que faz 40 semanas, mas 38 semanas é já daqui a um mês.
Ai ai, está quase!
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